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A saúde mental dos produtores rurais tem ganhado espaço nas políticas de atendimento do campo. Com o lançamento do programa Saúde no Campo, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (Senar-ES) busca ampliar o olhar para além das consultas de rotina, levando assistência física e psicológica a agricultores e suas famílias.
O projeto, criado pelo Sistema CNA/Senar, inclui visitas domiciliares e acompanhamento via celular, por meio do Telessaúde no Campo, com equipes formadas por técnicos de saúde rural preparados para identificar questões relacionadas ao bem-estar mental. A proposta é suprir uma lacuna de atenção ao público rural, muitas vezes distante de serviços especializados.
“O meio urbano recebe mais atenção, mas o rural fica esquecido. E não estamos falando apenas dos adultos: adolescentes e jovens também têm enfrentado problemas graves, como o uso de drogas e alcoolismo. É um desafio que impacta toda a família e até mesmo o processo de sucessão no campo”, explica a superintendente do Senar-ES, Letícia Simões.
O programa atua de forma preventiva, acolhendo o trabalhador rural e oferecendo orientação. Segundo Letícia, cada visita deve atender não apenas o produtor, mas também os familiares e funcionários da propriedade. “Se um produtor tem dez trabalhadores, todos serão avaliados. É um atendimento que chega a quem realmente precisa, diretamente na comunidade rural”, detalha.
Além do acompanhamento mensal, o Saúde no Campo também prevê ações integrativas, em parceria com sindicatos rurais e instituições de saúde, para ampliar a rede de apoio. O foco é garantir diagnósticos precoces, orientar sobre problemas de saúde mental e encaminhar casos mais complexos para acompanhamento especializado.
Para a superintendente, o programa responde a uma necessidade urgente. “Percebemos que nossos técnicos da assistência, muitas vezes, acabavam virando ‘psicólogos’ sem formação específica, porque o produtor rural desabafava sobre questões pessoais e até sintomas de depressão. Agora, teremos profissionais capacitados para ouvir, orientar e encaminhar esses casos. É um passo importante para que o homem e a mulher do campo tenham acesso a um cuidado completo.”
O Saúde no Campo já está em andamento no Espírito Santo e deve contemplar inicialmente 450 produtores, com expansão prevista para os próximos anos. Outra novidade é a chegada de um programa complementar, que pretende atuar também nos distritos rurais mais isolados, onde o acesso a agentes de saúde é precário.
Com isso, o Senar-ES espera reduzir índices de adoecimento silencioso no campo, muitas vezes agravados pela solidão, pela sobrecarga de trabalho e pela falta de informação.
“Cuidar do corpo é importante, mas cuidar da mente é urgente. É isso que queremos levar ao campo: informação, acolhimento e acesso à saúde de verdade”, reforça Letícia Simões.
Comissão aprova política nacional de saúde mental para agricultores familiares

A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1751/25, do deputado Leo Prates (PDT-BA), que cria a Política Nacional de Saúde Mental para a Agricultura Familiar. A proposta busca prevenir, tratar e reabilitar transtornos mentais em populações rurais.
O programa prevê acolhimento em unidades básicas de saúde, terapia comunitária, campanhas educativas e prevenção ao suicídio, além de parcerias com instituições especializadas.
O relator, deputado Alexandre Guimarães (MDB-TO), destacou que agricultores enfrentam isolamento, dificuldades econômicas e pressão por produtividade, fatores que elevam o risco de doenças mentais e suicídios. “O número de casos na agropecuária é maior que em outras atividades e cresce a cada ano”, afirmou.
A política poderá ser coordenada pelo Ministério da Saúde, em conjunto com a Rede de Atenção Psicossocial do SUS, com recursos previstos no orçamento e no Plano Plurianual.
O projeto tramita em caráter conclusivo e seguirá para análise das comissões de Saúde; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça. Para se tornar lei, ainda precisa da aprovação da Câmara e do Senado.





