Top 10 mundial

Dia do ovo: Brasil está entre os maiores consumidores do mundo

Produção brasileira de ovos deve atingir 62 bilhões em 2025. Espírito Santo registra recorde nas exportações

Preço dos ovos sobe em fevereiro, com recordes em Santa Maria de Jetibá. Entenda as causas: demanda, custos, e impacto nos EUA
Foto: divulgação/Freepik.com

Celebrado nesta sexta-feira (10), o Dia Mundial do Ovo marca um momento de expansão sem precedentes para a cadeia de postura comercial brasileira. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção nacional deve alcançar 62 bilhões de unidades em 2025, alta de 7,5% em relação a 2024 — o maior volume da história do setor.

O avanço é impulsionado principalmente pelo aumento do consumo interno. A média nacional deve atingir 288 ovos por habitante em 2025, crescimento de 7,1% sobre o ano anterior. O desempenho coloca o Brasil, pela primeira vez, entre os dez maiores consumidores per capita de ovos do mundo.

Para o presidente da ABPA e do Instituto Ovos Brasil (IOB), Ricardo Santin, o cenário confirma uma transformação estrutural na cadeia.

“Estamos vivendo uma nova era para o setor de postura. O ovo tem ganhado espaço em todos os perfis de consumo, impulsionado por acessibilidade, versatilidade e alto valor nutricional”, afirma.

A entidade estima que em 2026 o país possa chegar a 65 bilhões de ovos produzidos, com consumo per capita de 306 unidades, o que colocaria o Brasil na sétima posição mundial.

ES bate recorde

Nos primeiros cinco meses de 2025, o Espírito Santo registrou um novo recorde histórico: US$ 3,6 milhões em exportações de ovos e 1,6 mil toneladas embarcadas, segundo a Secretaria da Agricultura (Seag). O desempenho representa um salto de +682% em valor e +370% em volume em relação ao mesmo período de 2024.

Os Estados Unidos tornaram-se o principal destino, respondendo por 97% do total exportado, seguidos por Panamá e Ilhas Marshall. O crescimento supera, em ritmo, a média nacional — o Brasil exportou 26,1 mil toneladas, aumento de 35,7% no volume.

De acordo com o secretário de Agricultura, Enio Bergoli, o resultado combina preparo técnico e oportunidade:

“O movimento reflete o atendimento aos requisitos sanitários e certificações técnicas. O Espírito Santo mostrou agilidade ao responder à crise global de escassez gerada pela gripe aviária”, destaca.

A gripe aviária (H5N1), com surtos severos nos Estados Unidos, reduziu o plantel de poedeiras e elevou a demanda por importações. A partir de fevereiro, os EUA passaram a comprar ovos brasileiros para consumo humano direto, e não apenas para uso industrial — mudança que ampliou as oportunidades para os avicultores capixabas.

O gestor de projetos da Seag, Filipe Barbosa Martins, explica que a decisão norte-americana “abriu um novo mercado para o Espírito Santo”, antes restrito ao uso em rações animais.

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