Cálculo e precisão

A matemática da irrigação: como cada gota pode render mais no campo

Irrigar com eficiência é mais do que ligar a bomba: é aplicar ciência, cálculo e precisão para aumentar a produtividade e economizar recursos

Foto: Divulgacão Netafim

Irrigar bem não é simplesmente “ligar a bomba quando achar que precisa”. A agricultura moderna exige cálculo, precisão e entendimento de cada detalhe que influencia a necessidade hídrica das plantas. No sistema de gotejamento, isso significa transformar informações básicas — como solo, clima, cultura e características dos emissores — em dados concretos que orientam quando irrigar, por quanto tempo e em que quantidade. O resultado é economia de água e energia, com ganhos expressivos de produtividade.

O engenheiro agrônomo Elidio Torezani, diretor da Hydra Irrigações — primeira revenda Netafim do Brasil —, lembra que cada gota deve ter destino certo.

“Quando o produtor entende que irrigação é ciência e não improviso, ele percebe que pode produzir mais gastando menos recursos”, afirma.

A seguir, cinco passos mostram como a matemática da irrigação eficiente transforma o campo:

1. Tipo de solo

O solo funciona como um reservatório natural, e cada textura reage de forma distinta. Solos argilosos retêm mais água, enquanto os arenosos perdem rapidamente por infiltração.

“Saber essas diferenças é fundamental para ajustar a intensidade da irrigação, evitando escorrimento superficial ou infiltrações excessivas, o que reduz drasticamente o desperdício”, destaca Torezani.

2. Clima da região

A evapotranspiração varia conforme temperatura, vento e umidade do ar, influenciando diretamente a demanda hídrica da planta.

“Se o clima não é considerado, o produtor corre o risco de irrigar de menos em períodos quentes ou de mais em épocas chuvosas”, complementa o engenheiro.

3. Cultura cultivada

Cada cultura apresenta necessidades hídricas específicas em cada fase do ciclo produtivo.

“Do plantio à colheita, a demanda de água muda constantemente. Respeitar o comportamento da cultura garante desenvolvimento equilibrado e produtividade máxima”, observa Torezani.

4. Vazão dos gotejadores

Nos sistemas de gotejamento, a vazão de cada emissor e o espaçamento entre eles são dados centrais para o cálculo do tempo de irrigação.

“É isso que assegura a precisão na entrega da água onde realmente acontece a absorção pelas raízes das plantas”, explica o diretor da Hydra.

5. Frequência e tempo de irrigação

Com todas as variáveis combinadas, o produtor chega ao ciclo ideal: quantas vezes irrigar e por quanto tempo manter o sistema ligado.

“Esse equilíbrio é o que garante precisão, economia e mais produtividade no campo”, conclui Torezani.

Em tempos de recursos cada vez mais escassos, a irrigação eficiente deixa de ser um diferencial e se torna condição essencial para a sustentabilidade e competitividade do agro brasileiro.

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