ES bate recorde, ovos e suínos crescem; frango cede em 2024

Em 2024, o Brasil registrou uma produção recorde de ovos e o Espírito Santo se destacou nesse cenário com a produção de 5,2 bilhões de ovos, o que corresponde a mais de 9% da produção nacional. Isso significa um crescimento em torno de 14% em relação a 2023 onde foram produzidos cerca de 4,5 bilhões de ovos.

No entanto, esse crescimento reflete uma recuperação do setor que foi drasticamente comprometido em decorrência da crise que teve como principal motivo os altos custos dos grãos registrados entre 2020 e 2021.

Para se ter uma ideia, entre 2020 e 2022, houve uma redução na produção de cerca de 22%. Entre os dois últimos anos, 2023 e 2024, tivemos uma elevação de cerca de 14% na produção, mas ainda inferior se compararmos ao ano de 2020.

Santa Maria de Jetibá continua concentrando a maior parte da produção ( 92%), seguida de Santa Leopoldina (2%). Além desses, Santa Teresa, Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins e outros municípios complementam essa produção. Santa Maria se destaca como o maior município produtor de ovos do país, segundo o IBGE.

O consumo per capita nacional alcançou 269 unidades em 2024, número 11,2% maior em relação ao registrado no ano anterior, com 242 unidades.

Segundo as projeções da ABPA, o segmento nacional de ovos  deve crescer em torno de 2.5% em 2025, alcançando 59 bilhões de ovos. No Espírito Santo há uma tendência de crescimento um pouco maior, até em decorrência dessa recuperação da produção através de muito trabalho e investimentos em modernização e tecnologia.

Carne de frango

Já a carne de frango, segundo informações da ABPA, a produção total ficou em torno de 15 milhões de toneladas em 2024, 1,1% a mais do que foi registrado no ano de 2023.

Deste total, 9,7 milhões de toneladas foram destinadas ao mercado interno, praticamente o mesmo volume registrado em 2023, com 9,694 milhões de toneladas. O consumo per capita deverá ficar em 45,6 quilos, índice 1,1% acima do registrado no ano passado.

Já no mercado internacional, as exportações de carne de frango totalizaram 5,3 milhões de toneladas em 2024, número 3,1% superior ao volume embarcado em 2023.

No Espírito Santo a produção de frango teve um declínio em 2024, frente ao ano anterior, produzindo 10 mil toneladas mensais, um volume 3,6% menor do que o produzido em 2023. Boa parte da produção local fica no mercado interno, mas o Estado fornece para Estados do sudeste, norte e nordeste, além de exportar para outros países cerca de 3% da produção, percentual que também foi menor do que em 2023.

Para 2025, se espera uma produção de até 15,3 milhões de toneladas, com disponibilidade de cerca de 9,9 milhões de toneladas, com consumo per capita de 46,6 quilos e exportações de até 5,4 milhões de toneladas, segundo projeções da ABPA.

O ES deve, de forma otimista, permanecer nos mesmos volumes de 2024. Um dos motivos é a dificuldade de competição relacionada às questões tributárias frente a outros Estados, consideradas desleais pelo segmento capixaba.

Ainda sobre a produção do ES, grande parte do volume está concentrado na chamada região Serrana, com Domingos Martins representando 28,5%, Marechal Floriano com 19,5% e Venda Nova do Imigrante com 10% da produção. Um significativo produtor de frango está localizado no norte do Espírito Santo, que é Linhares, com 18,4% da produção, o restante do volume produzido está em outros municípios das regiões Serrana, Sul e Norte do Estado.

Carne suína 

A suinocultura brasileira fechou o ano de 2024, segundo a ABPA,  em 5,35 milhões de toneladas, número 3,8% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Na suinocultura capixaba registrou-se um crescimento de 5% na produção, em relação ao ano de 2023. A produção é toda consumida no mercado interno capixaba, e os produtores estão mais concentrados na região Sul do Estado, onde Cachoeiro de Itapemirim representa 43% da produção. Já Viana, município da Grande Vitória, possui 13% da produção, Vargem Alta 11%, Conceição de Castelo 9%. Outros municípios somam o percentual restante da produção.

A disponibilidade interna da proteína totalizará cerca de 4 milhões de toneladas, número 1,9% superior à disponibilidade registrada em 2023. O consumo per capita da proteína, segundo a entidade nacional, alcançou cerca de 19 quilos, número menor do que o apontado pela ABCS, que é 20,65 kg por habitante no ano.

Já as exportações fecharam  o ano com 1,35 milhão de toneladas embarcadas, saldo de cerca de 1,23 milhão de toneladas em relação a 2023.

Para 2025, estima-se que produção será de até 5,45 milhões de toneladas, com disponibilidade interna de 4 milhões de toneladas, sendo o restante destinado às exportações.

No Espírito Santo, a expectativa de crescimento é um pouco maior em razão de investimentos, especialmente na modernização das estruturas de produção, podendo apresentar um diferencial perto de 10% em  relação a 2024.