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*Matéria originalmente publicada em 24 de abril de 2023.
Quando si pianta la bella polenta
La bella polenta si pianta così
Si pianta così, si pianta così
A música tema da Festa da Polenta, em Venda Nova do Imigrante, reflete bem o quanto a agricultura foi o início de um dos festejos mais tradicionais do Espírito Santo. O próprio voluntariado, que é parte fundamental do evento, é fruto de um tempo em que vizinhos, parentes e amigos ajudavam-se mutuamente no plantio ou colheita da plantação.
A festa, em si, começou em 1979, pelas mãos de Padre Cleto Caliman, em uma estrutura improvisada no então Colégio Salesiano, hoje uma escola estadual batizada de Fioravante Caliman.” Dona Erlinda Falqueto Caliman, popular Arlinda, com a experiência de cozinhar para uma grande família, ficou durante cinco anos à frente da cozinha, junto com Alcino Falqueto, Rafael Zandonadi, Angelina Brioschi, e as irmãs Aniceta, Lúcia, Enedina e Cacilda Caliman, dentre outras voluntárias de igual valor. A cozinha era precária, o fogão improvisado e a cobertura de lona, o que a tornava um verdadeiro forno”, cita o site da festa.
Os anos passaram, a festa começou a ficar famosa e atrair turistas. Surgiu, em 1991, a necessidade de criação da Associação Festa da Polenta (Afepol), sob a batuta de Vitor Maline Targa, primeiro presidente do grupo e que ficou à frente das edições de 1992 e 1993.

De lá para cá, muitas coisas mudaram. Uma delas é a organização, que precisa ser pensada com muita, muita antecedência. “A Festa da Polenta do ano seguinte começou praticamente quando termina a anterior”, conta o atual presidente da associação, Edésio Minet Zavarize. “O grande desafio é organizar as equipes e bancar a festa. É conseguir patrocínio, apoio, os custos estão altos. A festa em si, a organização, já está desenhada, a engrenagem funciona. Mas todo ano é lançada uma novidade para a festa, o que é também nosso desafio”, explica.
Se a festa começou com 150 pessoas degustando polenta e outros pratos típicos, hoje mais de 1,5 mil voluntários oferecem um pouco do seu tempo e trabalho para que a engrenagem funcione. “São feitas muitas reuniões com os coordenadores e equipes. Há muita paixão das pessoas. O fato de estarem trabalhando em prol da comunidade fala alto. Elas vêm com desejo de fazer”.
Plantio do milho
A Festa da Polenta é uma ode ao milho e todas as suas benesses. Os primeiros imigrantes viram nos grãos o sustento de suas famílias em uma época de escassez, em que o pouco era muito. E a Afepol, na busca por preservar essa história, tem eventos, ao longo do ano, que mostram cada etapa dessa festa.

Em março, foi a época do plantio do milho. Há todo um ritual presente nesta etapa. É hora de colocar as roupas típicas, os pés na terra e a mão na enxada. É como uma homenagem aos nonnos e nonnas que, um dia, fizeram o mesmo processo no intuito de alimentar os seus. Hoje, o alimento que dali sai é para todos, um convite a festejar o amor pela terra dos primeiros imigrantes. “É de nossa descendência, nossa tradição doar um pouco do trabalho para a comunidade”, diz o presidente da associação.

“Estou há dez anos como coordenadora e já participei de outras equipes. Somos apaixonados pela festa há muitos anos”, conta a vice-diretora cultural, Alexandra Ferreira Curty Minete.
“A gente vem para contribuir e pelo desafio. E há uma paixão por tudo que acontece, pela festa, pelo grupo. Nos comprometemos com a comunidade e tentamos dar o melhor de nós”, explica a diretora cultural, Rosimeire de Aquino Azevedo.
Pandemia
Nem mesmo a pandemia do coronavírus desanimou essa turma que põe a mão na massa. Em 2020, ano em que a Covid-19 tomou conta dos noticiários, a proposta foi fazer uma festa híbrida, com pequenos shows pela internet. E com comida, claro. “Fizemos um mini tombo da polenta, as pessoas pegavam a comida e levavam para casa. Mas foi feita. Em 2021 também fizemos com toda segurança e foi uma festa linda, muito diferente. Como se a festa estivesse renascendo. Foi muito emocionante, não foi híbrida, mas com um público limitado”, diz Alexandra Minete.
Foi um momento de grandes desafios. O governo só liberou eventos com poucas pessoas alguns meses antes. Era uma montanha russa, que não se sabia se ia ou não ter festa. “Foi tudo feito em 40 dias. Pois não tínhamos a garantia se poderíamos ter esse público”, diz o presidente da Afepol.
Em 2022, mais um baque: a morte do então presidente da Afepol, Paulo Mazzoco, em abril. Foi muito difícil, contam os gestores da Afepol, pois Mazzoco era uma pessoa extremamente organizada e pró-ativa. “Junte a isso o medo da pandemia voltar. Não sabíamos o que viria. Mas não podia dar muita gente, mas também não podia dar pouca gente. Então, foi um momento muito difícil, mas no final foi uma festa linda”, diz Zavarize.
E, agora, vem a festa de 2023, tempo de florescer, colher e, claro, comer!!!
“Quando si mangia la bella polenta
La bella polenta si mangia così
Si pianta così, la cresce così
Fiorisce così, si smissia così
Si taia così, si mangia così
Oh, oh, oh
Bella polenta così
Cia cia pum, cia cia pum
Cia cia pum, cia cia pum”





