Levantamento

Estimada safra 2023/24 de conilon no Brasil, apesar de desafios

Consultor divulga levantamento, que prevê 14,1 milhões de sacas, mas condições climáticas e falta de investimento preocupam cafeicultores

cafeicultura sustentável
Foto: Ailton Pimenta

O engenheiro agrônomo sênior e consultor/produtor de café José Carlos Ferrão divulgou o segundo levantamento de previsão da safra de conilon de 2023/2024 no Brasil. A metodologia utilizada foi a combinação da área de produção, produtividade média e fatores bióticos e abióticos para determinar as expectativas reais.

Foram realizadas visitas técnicas em várias propriedades, repetições em consultoria agronômica, pesquisa com 300 produtores, troca de informações com produtores, agrônomos e técnicos regionais e levantamentos in loco em mais de 200 propriedades.

De acordo com a previsão, a produção estimada para a safra de conilon é de 14.135.000 sacas. Os Estados com maior produção de conilon são Espírito Santo, com uma área de produção de 260 mil hectares, produtividade média estimada de 38 sacas/hectare e expectativa de 9,9 milhões de sacas; Bahia, com uma área de produção de 40 mil hectares, produtividade média estimada de 44 sacas/hectare e expectativa de 1,76 milhão de sacas; e Rondônia, com uma área de produção de 69 mil hectares, produtividade média estimada de 25 sacas/hectare e expectativa de 1,725 milhão de sacas.

Outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso, têm uma expectativa de produção de 770 mil sacas.

No entanto, há pontos negativos até o momento, segundo o consultor. Uma forte desfolha causada por ventos fortes que duraram até 72 horas ininterruptas resultou em um forte abortamento das lavouras mais velhas no parque cafeeiro capixaba.

Além disso, o frio no inverno em todos os Estados produtores prejudicou a produção. O atraso da colheita em 2022 em todas as regiões por falta de mão-de-obra também afetou negativamente as plantas de conilon. A alta exorbitante dos insumos em 2021 e 2022 e a instabilidade de preços e insuficiência de margens pleiteada deixaram o produtor inseguro e desestimulado a investir. Isso resultou em uma parcela significativa de produtores que fizeram tratos abaixo do necessário em 2022, contribuindo para que a planta não expressasse todo o seu potencial produtivo em 2023.

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