Prejuízo

Ventos destroem lavouras e estufas de café em Itarana

Incidente ocorreu na madrugada de sexta para sábado na localidade de Alto Limoeiro de Jatibocas, zona rural do município

*Fotos: Divulgação

Os cafeicultores de Alto Limoeiro de Jatibocas, na zona rural de Itarana, ainda calculam os prejuízos da destruição causada pelos fortes ventos que atingiram a região na madrugada de sexta-feira (19) para sábado (20). Somada às baixas temperaturas provocadas pela frente fria, a ventania destruiu lavouras e estufas de café de pelo menos 30 produtores.

No sítio da família Gums, a cerca de 850m de altitude e onde a colheita de arábica terminou há três semanas, a força dos ventos arrancou a lona plástica recém-trocada da estufa e as telhas do despolpador.

“Os ventos começaram sexta à tarde e perduraram até no sábado à tarde, mas o mais grave foi de madrugada. O lugar é alto e já são de costume ventos mais fortes, mas igual dessa vez eu e meu pai nunca vimos”, conta Gilmar Gums.

Ainda segundo o cafeicultor, a estrutura usada para secagem dos grãos tinha uma pequena quantidade de café e a cobertura plástica não tem como ser reaproveitada.

O telhado do local onde funciona o despolpador também foi arrancado.

“Havíamos trocado a lona pouco antes do início da colheita e ela ainda não foi paga. Vamos ter que começar do zero. Quando fizemos a estufa, custou R$ 16 mil e agora, com o alto preço das coisas, deve beirar uns R$ 30 mil”, relatou Gilmar.

Num raio entre 10 km e 15 km de distância entre as localidades de Alto Limoeiro de Jatibocas e Barra de Jatibocas, pelo menos outros cinco produtores perderam as lonas das estufas na ventania do último fim de semana.

Safra comprometida

Além das estufas, o prejuízo dos cafeicultores também é nas lavouras. Cerca de 30 produtores da região, que já vinham sofrendo com a estiagem prolongada, detectaram seca de ponteira nos cafezais após a ventania e o frio intenso dos últimos dias. A situação pode comprometer a próxima safra de arábica.

Os relatos e as imagens compartilhadas dão conta das folhas com aspecto semelhante ao efeito de geada. Em Alto Limoeiro de Jatibocas, os termômetros marcaram entre 10ºC e 12ºC de manhã e à noite no último fim de semana.

No Sítio Gums, o cafeicultor Gilmar verificou uma área com 4.000 pés com a seca de ponteira. “Os pés estão secando tudo e, em alguns pontos, já dá para ver que a safra do ano que vem está comprometida. A gente fica meio triste e chateado, mas este é o nosso trabalho e temos que continuar. Não dá para parar”, disse.

Sobre o autor Leandro Fidelis Formado em Comunicação Social desde 2004, Leandro Fidelis é um jornalista com forte especialização no agronegócio, no cooperativismo e na cobertura aprofundada do interior capixaba. Sua trajetória é marcada pela excelência e reconhecimento, acumulando mais de 25 prêmios de jornalismo, incluindo a conquista inédita do IFAJ Star Prize 2025 para um jornalista agro brasileiro. Com experiência versátil, ele construiu sua carreira atuando em diferentes plataformas, como redações tradicionais, rádio, além de desempenhar funções estratégicas em assessoria de imprensa e projetos de comunicação pública e institucional. Ver mais conteúdos