Mais lidas 🔥

Tragédia de Mariana
Bananas cultivadas em área com rejeitos do Rio Doce podem oferecer risco a crianças, diz estudo

Modelos climáticos
La Niña deve perder força nos próximos meses e terminar no fim do verão

Periquito-da-praia
A vovó tinha razão! Estudo confirma potencial anti-inflamatório de planta da medicina popular

Modelos climáticos
Próximo El Niño deve ser formar em 2026

Mercado
Mesmo com menor demanda, baixa oferta garante estabilidade nos preços do mamão

Sem acesso a financiamento com custo de mercado, o empresário Paulo Braga, dono da Maquigeral, demitiu metade dos seus 170 funcionários em março, logo após a crise provocada pela pandemia do coronavírus se intensificar. Nos próximos dias deve fechar mais 20 a 30 vagas, e manter no máximo 70 pessoas na equipe que trabalha na produção de geradores de energia em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo.
Os cortes foram a opção para manter capital de giro pelo menos até o fim do ano, mas o que a empresa tem em caixa hoje dá para manter as operações até junho. A empresa fatura cerca de R$ 70 milhões ao ano mas o empresário afirma que, até março, a carteira de recebíveis tinha R$ 5 mil em atraso. A média em todo o ano passado foi de R$ 10 mil. “Hoje são R$ 2,5 milhões. ” Como as vendas caíram 50%, ele calcula que será possível operar com a equipe reduzida e, se precisar, ampliará o prazo para entregas.
As dificuldades da Maquigeral se estendem para grande parte da cadeia produtiva do setor de máquinas e equipamentos que, no mês passado, eliminou 11 mil vagas, segundo relataram as empresas em pesquisa realizada entre os dias 30 de março e 3 de abril pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ).
“Na passagem de fevereiro para março foram demitidos 3,5% do total de funcionários do setor ”, afirma José Velloso, presidente executivo da Abimaq. O quadro deve piorar a partir da próxima semana, quando começa o retorno às fábricas de funcionários que estão em férias individuais &ndash, medida adotada por 78,6% das empresas que responderam a pesquisa &ndash,, ou em banco de horas, opção informada por 46,2% delas.
Segundo Velloso, praticamente todas as empresas da mostra informaram que pretendem promover demissões nos próximos meses. “Ninguém pode dizer exatamente os números, mas estimamos que pode chegar a 15% do nível de emprego da nossa indústria, o que significaria 50 mil pessoas. ” Atualmente, o setor emprega o setor emprega 315 mil pessoas.
Ele ressalta que a ABIMAQ negocia com cerca de 80 sindicatos de trabalhadores em todo o País a redução de jornada e salários e suspensão temporária de contratos, medidas previstas na MP 936, mas, segundo ele, os cortes devem ocorrer antes dos acordos serem fechados. Das 1,6 mil indústrias filiadas à ABIMAQ, 320 responderam ao questionário. O setor todo é formado por 8 mil empresas.




