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Lucro Social da Embrapa é de R$ 37,18 bilhões em 2017

por Redação Conexão Safra

em 25/04/2018 às 0h00

6 min de leitura

Lucro Social da Embrapa é de R$ 37,18 bilhões em 2017

A diretora de Gestão Institucional, Lúcia Gatto, comenta sobre o Balanço Social


Para cada real aplicado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 2017 foram devolvidos R$ 11,06 para a sociedade. Os dados são do Balanço Social 2017 da Empresa, que apontou um lucro social de R$ 37,18 bilhões, gerado a partir da adoção, pelo setor agropecuário, de 113 tecnologias e de cerca de 200 cultivares avaliadas na publicação.


“O lucro social, no caso da Embrapa, é derivado dos benefícios econômicos gerados em função dos lucros líquidos obtidos por aqueles que adotam as tecnologias disponibilizadas pela Empresa. Quando relacionamos esses benefícios econômicos com a receita operacional líquida anual, temos o que chamamos de retorno social ou lucro social”, explica Antonio Flavio Dias Avila, pesquisador e supervisor de Avaliação de Desempenho Institucional da Secretaria de Desenvolvimento Institucional (SDI) e líder dos estudos de avaliação de impacto na Embrapa. Se considerarmos o fluxo de benefícios econômicos e de custos das tecnologias que estão no Balanço Social a taxa interna de retorno média é de 36,2%.


Para chegar ao resultado de R$ 11,06 devolvidos à sociedade, o Balanço Social da Embrapa relaciona os Indicadores Laborais, Sociais e as Tecnologias Desenvolvidas e Transferidas à Sociedade que geraram benefícios de R$ 37,18 bilhões em 2017 com a Receita Operacional Líquida de R$ 3,36 bilhões, recursos que a Empresa obteve no ano a partir de receitas geradas com vendas e serviços e os subvenções para custeio, convênios e doações.



Destacam-se no conjunto de tecnologias e cultivares do Balanço Social de 2017 a contribuição da Empresa na tropicalização do trigo, com o desenvolvimento do cultivar BRS 404, específica para cultivo em sequeiro nos cerrados do Brasil. A cultivar de soja BRS 7380RR resistente aos principais nematoides de solos do País – vermes microscópicos que levam os agricultores a abandonarem áreas inteiras infestadas por eles – posiciona a Empresa na liderança numa área que havia sido dominada pela genética importada.


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No âmbito da produção animal, uma parceria com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e a Olimpo Informática, permitiu a criação da Plataforma de Qualidade – Carne Bonificada, ferramenta que integra todos os elos da cadeia da qualidade da carne nacional e simplifica a adesão dos produtores aos diversos protocolos de raças e às exigências dos diferentes mercados importadores. Ao atender os requisitos estabelecidos nos Programas de Certificação de Raças Bovinas, os bois abatidos recebem selos de qualidade que proporcionam ao produtor o pagamento de uma bonificação.

Na agricultura familiar, o Balanço Social de 2017 destaca o desenvolvimento da BRS Zamir, cultivar que já ocupa 10% da área plantada com tomate-cereja, mais produtiva, tolerante ao principal fungo que ataca o tomateiro e com alto teor de licopeno.


Na busca pelo fortalecimento de ações e iniciativas para a popularização da ciência e tecnologias nacionais, o Balanço Social destaca a Base de Dados da Pesquisa Agropecuária (BDPA) e o Programa de Rádio Prosa Rural. A Embrapa disponibiliza sua produção técnico-científica em repositórios diretamente na internet. Só em 2017, o total de downloads dos conteúdos alcançou 24,5 milhões. Já o Programa Prosa Rural ganhou diversas versões na Web, inclusive um aplicativo para celular.


Um novo olhar sobre a sustentabilidade da agricultura brasileira


O maior destaque do Balanço Social de 2017 é a análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR) pela Embrapa Territorial de cerca de 4 milhões de propriedades rurais. Foi constatado que um total de 176.806.937 hectares estava destinado à preservação e à manutenção da vegetação nativa. Isso equivale a 20,5% do território nacional, a contribuição da agricultura brasileira na preservação do meio ambiente.



O relatório também apresenta várias contribuições da Empresa ao desenvolvimento agrícola do Brasil, como os dez anos da Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (Rede AgroNano), e para a redução das emissões de gases de efeito estufa e o cumprimento pelo País dos compromissos da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (ONU-COP15) com as tecnologias de fixação biológica de nitrogênio (FBN) na cultura da soja e os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Estima-se que essas duas tecnologias juntas contribuíram para a redução das emissões de carbono na safra 2016/2017 na ordem de 65 milhões de toneladas de carbono.


A função social da pesquisa pública


Para o pesquisador Antonio Flavio Dias Avila, os dados do Balanço Social demonstram o impacto da contribuição da Embrapa e da pesquisa pública para atender às prioridades nacionais e apoiar a implementação de políticas públicas. “A Embrapa possui um custo para a sociedade, na medida em que gera basicamente bens públicos, produtos que, na sua maioria, não são vendidos, o que impacta negativamente em seus resultados, se analisarmos pela ótica estritamente financeira e contábil”, afirma.


Por isso, esses resultados presentes no Balanço Social vão além das três centenas de tecnologias e cultivares monitoradas ao longo desses 21 anos, cujos impactos foram avaliados neste Balanço Social. Os bens públicos produzidos pelos centros de pesquisa da Embrapa não se restringem aos impactos positivos na geração de renda no meio rural. Esses centros contribuem, sobretudo, para o aumento da oferta e qualidade dos alimentos, que chegam à mesa dos consumidores brasileiros nas áreas urbanas, contribuindo para a redução dos preços da cesta básica.


E a esses impactos ainda possível agregar outros benefícios à economia brasileira, como a geração de saldo na balança comercial, o aumento na arrecadação de impostos e aos empregos adicionais gerados ao longo das cadeias produtivas envolvidas na sua agenda de pesquisa.


Modelo Embrapa de Balanço Social


O modelo de Balanço Social da Empresa é baseado na metodologia definida pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e um grupo de empresas estatais, entre elas a Embrapa, e já está sendo adotado pelas organizações estaduais de pesquisa agropecuária de quatro estados brasileiros, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Espírito Santo e obteve reconhecimento internacional por parte da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e de diversos países vizinhos.


A Corpoica, a Embrapa da Colômbia, acaba de publicar seu primeiro Balanço Social na comemoração dos seus 25 anos completados agora em março 2018. Da mesma forma, as organizações de pesquisa agropecuária da Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai estão sendo capacitados por técnicos da SDI Embrapa para também publicarem suas versões de Balanços Sociais.




fonte: EMBRAPA

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