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Com 76 anos de idade, o produtor de laranjas de São José do Calçado é exemplo de coragem e persistência.
Kátia Quedevez
Essa é mais uma das tantas histórias de homens que permaneceram no campo e lutam, dia a dia, pela sua sobrevivência e a de suas famílias. A revista SAFRA ES teve a honra de conhecer em Alto Calçado, distrito do município de São José do Calçado, na Região do Caparaó, o sr. Francisco Cândido Guimarães, mais conhecido como Tatico.
O produtor é beneficiário do Crédito Fundiário desde 2005. Ele mantém em um alqueire (48.000 m²) uma propriedade “tocada ” por ele mesmo, no cultivo de citricultura, com variedades de laranjas e tangerinas. “Tenho nove filhos, mas só quem me ajuda no momento aqui na roça é o meu caçula. Mas sei que é por pouco tempo, que logo, logo, ele acaba voltando para o Rio de Janeiro ”. Infelizmente, essa é também a realidade de muitos produtores rurais: a sucessão. Ou seja, quem vai “tocar ” a terra no futuro. E por isso é tão importante os programas promovidos pelo governo que qualificam os jovens no campo.
Mas voltemos à realidade do sr. Tatico. Mesmo sem a ajuda dos filhos, ele não abre mão de viver na roça e conhecer as novidades que instituições como o Incaper tem para lhe apresentar.
“O técnico vem aqui em casa e me ensina como devo fazer para melhorar a minha roça. Desde 2007, quando plantei 800 pés, eles me visitam e me ensinam o que é melhor fazer ”, diz. O agricultor comercializa seus produtos na sede do município e não tem o que reclamar. “Vendo tudo o que levo para a feira, não sobra nada mesmo ”. Tatico colhe praticamente o ano inteiro, de março a novembro. A maturação precoce começa em março, em média, e a tardia se estende até o início de novembro.
O agricultor passou 18 anos no Rio de Janeiro. Morou por lá de 1960 a 1978. Achei melhor voltar para a roça. “Aqui é melhor para se viver ”. Com inteligência e capricho com sua propriedade, o sr. Tatico vai tocando a vida, e com muito gosto ”.
Fruticultura
O Incaper de São José do Calçado, tem como coordenador o engenheiro agrônomo Alcélio Lamão Nazarino. Ele esclarece que o cultivo do café (arábica e conilon) e do leite (que é mais tecnificado que o café), eram predominantes e tradicionais no município de São José do Calçado, mas alega que a realidade agora é outra.
“A diversificação nos cultivos é fundamental para os agricultores familiares. Há seis anos fizemos projetos de créditos fundiários na fruticultura, no caso, a laranja. Em uma das áreas, eram 17 pequenos proprietários de café, leite e fruticultura, dentre eles, o Tatico. São produtores que plantaram 50, 100 ou 200 pés que diversificaram a renda, além de contribuir para a subsistência da família. ”Essa ação, lembra, antecedeu ao projeto do pólo de laranja, em execução atualmente.
Alcélio nos levou a uma outra propriedade com um cultivo experimental de 50 pés de laranjas. A observação se deve, principalmente, no comportamento do porta enxerto, na base do solo, na raiz. O manejo objetiva maior resistência a fungos de solo, principalmente a goomose. “São necessárias de três a quatro adubações por ano, com análise e correção do solo com calcário e adubação química. O espaço ideal de 6 x 5 metros formam plantas bem conduzidas. E os pomares podem durar até 20 anos ”, finaliza o agrônomo.





